PERDI-ME POR AMOR



Não sei onde sepultarão os meus ossos,
onde soltarão ao vento as minhas cinzas.
Sei apenas que perdurarei no murmúrio
dos teus labios e nas pedras
onde me sentei e chorei.

Pouco tempo me resta para contar aos
filhos que não tive
o fulminante desejo
das viagens.

E hoje, entre estas quatro paredes
de cal mutilada,
quando chove por dentro,
para sempre,
só te posso dizer
adeus.

José Agostinho Baptista
Esta voz é quase o vento.

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